Visão Geral
A Dor Facial Atípica (DFA) é uma forma de dor crônica que pode ser regulada pelo sistema endocanabinoide. Como a cannabis exerce influência sobre esse sistema, seu uso pode ajudar no alívio dos sintomas.
Atualmente, não existem pesquisas específicas sobre a relação entre a cannabis e a Dor Facial Atípica. No entanto, vários estudos confirmam os benefícios da planta na diminuição da dor crônica em inúmeros quadros clínicos. Algumas pesquisas mostraram que a cannabis é capaz de aliviar a dor de pessoas com nevralgia (dor facial), indicando que ela também pode ajudar a diminuir a dor facial atípica por mecanismos semelhantes.
Há evidências de que a cannabis ajuda no alívio da dor em quadros clínicos como fibromialgia, dor crônica nas costas / pescoço, osteoartrite, enxaqueca e dor menstrual.
Diferentes cepas de cannabis possuem diferentes propriedades e perfis químicos, mas faltam pesquisas sobre quais cepas são mais eficazes para cada quadro.
A cannabis é bem tolerada quando prescrita para dor crônica. No entanto, pessoas com problemas de saúde mental devem evitar o uso de cepas com THC sem a indicação de um profissional qualificado.
Como Funciona a Cannabis no Caso da Dor Facial Atípica
O sistema endocanabinoide (SE) existe em todos os vertebrados e ajuda a regular funções cruciais, como sono, dor e apetite. O corpo humano produz seus próprios canabinoides, que controlam e ativam suas várias funções. No entanto, como o próprio nome indica, o sistema endocanabinoide também pode ser controlado e ativado por canabinoides encontrados na planta de cannabis. Como todo o sistema só foi descoberto nos últimos 30 anos, os cientistas ainda têm muito a aprender sobre as inúmeras formas de atuação da cannabis no corpo humano.
Até o momento, não foram publicadas pesquisas sobre a relação entre o sistema endocanabinoide e a fisiopatologia da dor facial atípica.
O que sabemos com certeza é que o sistema endocanabinoide desempenha um papel na sinalização da dor. Mais especificamente, a cannabis pode ajudar no caso da dor neuropática (causada por danos nos nervos que comunicam a dor), uma descoberta importante, já que muitas pessoas diagnosticadas com dor facial atípica apresentam dor neuropática.
O uso da cannabis está associado à diminuição dos sintomas de dor crônica pela estimulação desses receptores canabinoides, que reproduzem os processos naturais do sistema endocanabinoide responsáveis pelo alívio da dor. A ativação das vias do sistema endocanabinoide que regulam a dor pode diminuir a dor facial atípica por mecanismos semelhantes aos de outros quadros clínicos dolorosos.
Pesquisas Sobre DFA e Cannabis
Não existem muitas pesquisas sobre a relação da cannabis com a dor facial atípica. Além disso, esse quadro clínico é difícil de estudar, pois seu diagnóstico é concluído por eliminação.
Os estudos a seguir sobre cannabis e dor, embora não estejam relacionados especificamente à dor facial atípica, indicam o potencial da planta no alívio de seus sintomas.
- Uma revisão sistemática publicada no Journal of Oral & Facial Pain Headaches se concentrou em 24 estudos sobre dor neuropática crônica. Com base em 13 estudos selecionados, os pesquisadores concluíram que os canabinoides aliviam os sintomas dos quadros de dor neuropática crônica que não respondem a outros tratamentos.
- Em uma revisão de 28 estudos sobre dor crônica, os pesquisadores concluíram que “existem evidências moderadas para respaldar o uso de canabinoides no tratamento da dor crônica”.
- Uma revisão dos usos terapêuticos dos canabinoides nos casos de nevralgia do trigêmeo, transtorno caracterizado por dores faciais constantes e intensas, confirmou que a substância pode ser útil na modulação desse tipo de dor.
- Em um estudo de 2016, os pesquisadores exploraram os potenciais benefícios da cannabis para dor crônica em pessoas resistentes a tratamentos convencionais. Os resultados mostraram que a planta ajudou a aliviar a dor e a reduzir o uso de medicamentos opioides.
- Uma revisão de 2018 avaliou 16 estudos sobre medicamentos à base de cannabis para dor neuropática crônica de quadros clínicos como neuralgia (dor facial) e dor neuropática central. Todos os medicamentos estudados tiveram resultados superiores em comparação ao placebo na diminuição da intensidade da dor.
- A National Academies of Sciences, Engineering, and Medicine divulgou uma declaração em 2017 como prova das propriedades analgésicas da cannabis, afirmando que “há evidências conclusivas ou substanciais sobre a eficácia da cannabis ou dos canabinoides no tratamento da dor crônica em adultos”.
Indiscutivelmente, a cannabis apresenta bons resultados em muitos casos de dor. As pesquisas também mostraram que a planta ajuda na dor neuropática, comum em casos de dor facial atípica.
Em suma, tudo leva a crer (embora ainda não se possa afirmar) que a cannabis poderá ajudar no alívio dos sintomas crônicos associados à dor facial atípica em alguns casos.
CBD e DFA
Já foi demonstrado que o CBD ajuda no alívio da dor em diversos quadros clínicos, mas sua eficácia no caso da dor facial atípica ainda não foi explorada em pesquisas clínicas.
Os estudos a seguir descrevem o que dizem as pesquisas sobre os efeitos do CBD na dor.
- Uma revisão de 2018 avaliou o mecanismo de ação do CBD no caso de dores crônicas, examinando estudos publicados entre 1975 e 2018, com foco nas dores relacionadas ao câncer, dor neuropática e fibromialgia. Os pesquisadores concluíram que o CBD é eficaz no controle geral da dor e não produz efeitos colaterais adversos.
- Um estudo em animais realizado em 2016 mostrou que o uso tópico de CBD diminui a dor e a inflamação associadas à artrite.
- Os resultados de um estudo de 2017 sobre CBD e dor em ratos com osteoartrite revelaram que o CBD foi capaz de diminuir a dor nas articulações, dependendo da dose administrada. Além disso, a administração da substância ajudou a reduzir futuros danos nos nervos e dores nas articulações artríticas.
Os pesquisadores ainda estão descobrindo as propriedades analgésicas do CBD. Por exemplo, está sendo realizado um estudo sobre CBD e osteoartrite de mão e artrite psoriática, com data de conclusão prevista para final de 2020.
Efeitos Colaterais
Embora a cannabis seja eficaz no tratamento de quadros clínicos associados à dor crônica, alguns efeitos colaterais devem ser considerados.
Os medicamentos à base de cannabis que contêm THC podem produzir efeitos colaterais de curto prazo, como fadiga, boca seca, alterações na percepção, euforia, olhos vermelhos e aumento do apetite. Como o THC é intoxicante, uma cepa com esse canabinoide pode prejudicar a memória, além de provocar ansiedade e paranoia em certos casos.
Os medicamentos à base de CBD não são intoxicantes, produzindo efeitos colaterais leves e mais raros, como dor de estômago e cansaço.
Embora o uso da cannabis para o tratamento da dor crônica seja seguro, algumas pessoas podem desenvolver dependência (aproximadamente 10% da população adulta). Ao que tudo indica, o risco de abuso é maior quando o consumo frequente começa na adolescência.
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