Os termos cânhamo e cannabis muitas vezes são confundidos e entendidos de maneira errada, especialmente agora, que a maconha e os produtos dela derivados são mais acessíveis e estão disponíveis nos principais mercados. Felizmente, se nos aprofundarmos um pouco nas raízes históricas da planta (com direito a trocadilho!), a questão é esclarecida. Mas para quem está procurando uma resposta curta, aqui vai:
- Cannabis e maconha são usadas para se referir à planta Cannabis Sativa.
- O cânhamo, de acordo com a lei, refere-se às variedades de Cannabis Sativa que contêm níveis muito baixos de THC (variando de 0,1% a 0,2%, ou menos, dependendo da jurisdição).
Agora, a resposta longa.
O Que é Cânhamo?
Originalmente, o cânhamo era cultivado por seus caules, talos e sementes. Os métodos de cultivo de cânhamo, portanto, tendiam a canalizar mais energia para os caules. O resultado é que as plantas de cânhamo eram mais altas e tinham flores menores (em menor quantidade também), onde reside a maioria dos canabinoides, terpenos e flavonoides.
Mais recentemente, no entanto, devido à crescente demanda por produtos de CBD, algumas variedades de cânhamo estão sendo cultivadas para produzir menos fibras e flores mais potentes.
Portanto, pode ser difícil fazer uma distinção morfológica precisa entre o cânhamo e outras variedades de maconha. Uma maneira de diferenciá-los, no entanto, é por seu perfil químico:
- As variedades de cânhamo têm um menor teor de canabinoides em comparação com as variedades que não são de cânhamo, e produzem altos níveis de CBD e baixa quantidade de THC.
- As variedades que não são de cânhamo têm um maior teor de canabinoides em comparação com as variedades de cânhamo, e geralmente têm um perfil de alto teor de THC/baixo teor de CBD. Nos últimos anos, devido ao extenso cruzamento, a proporção THC/CBD de maconha não proveniente do cânhamo pode variar bastante.
Embora a distinção morfológica entre os dois seja realmente complicada, existem várias diferenças botânicas nas práticas de cultivo:
- Cultivo: o cânhamo industrial geralmente apresenta uma haste única com algumas folhas e galhos, enquanto a cannabis medicinal e recreativa (e agora o cânhamo cultivado para CBD) é mais cheia, com muitas folhas e galhos para aproveitar as flores e os brotos.
- Densidade de plantio: o plantio do cânhamo industrial é mais denso, para evitar ramificações e florescimento. A cannabis produzida para uso médico e recreativo, junto com o cânhamo cultivado para CBD, geralmente é cultivada com mais espaço entre as plantas.
- Altura da planta: originalmente, o cânhamo, e sobretudo o cânhamo industrial, eram mais altos, enquanto as plantas de cannabis medicinal e recreativa eram curtas e bem agrupadas.
Outros Usos do Cânhamo
Variedades de cânhamo têm sido usadas em diversas indústrias ao longo dos tempos. Na China, papel e corda foram feitos de cânhamo por milênios. Até o século XIX, o cânhamo também era usado como matéria-prima na produção de lonas de alta qualidade para velas de navio.
Além de papel e tecido, o cânhamo também é usado em produtos de cuidados com o corpo, materiais de construção, ração para animais, roupas de cama para animais, plásticos moldados, suplementos nutricionais e muito mais.
O cânhamo também pode ser usado para fabricar óleos essenciais. Os terpenos, que desempenham um papel essencial nos óleos essenciais (olha o trocadilho de novo!), são menos abundantes em muitas variedades de cânhamo. Por esse motivo, a Suíça permite uma quantidade maior de THC no cânhamo industrial cultivado no país, para dar aos agricultores uma vantagem competitiva no mercado de óleos essenciais.
Padrões de Produção
A padronização dos produtos de cannabis medicinal é um conceito relativamente novo. Um número crescente de países com programas de maconha medicinal implementou sistemas de controle, a maioria com base nos protocolos de Boas Práticas Agrícolas e Boas Práticas de Produção, para garantir a qualidade e homogeneidade dos produtos medicinais. Isso significa que o cultivo está sujeito a uma supervisão rigorosa em relação aos pesticidas, entre outras possíveis toxinas, e requer testes de laboratório para determinar perfis de canabinoides e terpenos.
Outro desafio importante para os produtos de cannabis medicinal é garantir que eles sejam estáveis, isto é, que qualquer produto de cannabis tenha propriedades e efeitos regulares ao longo do tempo.
Os produtos derivados do cânhamo geralmente não passam pelo mesmo processo de certificação e não há padronização no mercado de CBD derivado do cânhamo. Um estudo examinou 14 óleos de CDB diferentes derivados do cânhamo disponíveis na Europa, comparando as informações de suas embalagens com testes de laboratório independentes. Nove dos 14 “tinham uma concentração bastante diferente da quantidade declarada”.
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