Ao que tudo indica, a vaporização de cannabis se tornará o método mais tradicional de usar a maconha medicinal em um futuro próximo. Aliás, já hoje os vaporizadores são o acessório mais popular do mercado para o fumo da cannabis.
Existem, claro, bons motivos para isso. Vejamos com mais detalhes o que torna a vaporização tão popular e de que maneira utilizar o vaporizador como um complemento na utilização da marijuana medicinal. Devemos lembrar, contudo, que também existem riscos envolvidos. Uma doença misteriosa, por exemplo, levou as autoridades dos Estados Unidos a condenar a vaporização, pelo menos nesse momento.
Os Benefícios da Vaporização à Saúde
Vaporização de cannabis significa transformar a cannabis medicinal em vapor a fim de inalar os ingredientes ativos da planta, sem produzir fumaça. Esta forma de administração de cannabis medicinal, como todas as outras, promove diversas melhorias na saúde e no bem-estar do indivíduo; no entanto, o consumo de cannabis por vaporização traz alguns benefícios exclusivos.
Redução de Carcinógenos: ingerir ou inalar materiais queimados não costuma ser uma boa ideia. Como a vaporização não envolve qualquer tipo de combustão, trata-se de um método mais seguro para os pulmões. Manter o vaporizador em uma temperatura baixa ou moderada também é uma boa ideia, claro. Como revelou um estudo de 2016 sobre o potencial terapêutico da vaporização, as canetas vaporizadoras “devem ser cuidadosamente projetadas para minimizar o potencial de superaquecimento.” As temperaturas ideais para a vaporização giram entorno de 160-180 °C (320-356 °F).
Ação Rápida: vaporizar, como fumar, é a maneira mais rápida de obter os efeitos da marijuana medicinal em seu sistema. Geralmente, o “ponto máximo” da experiência ocorre cerca de 10 a 20 minutos após a inalação e pode durar de três a cinco horas. Alguns pacientes preferem vaporizações não psicotrópicas de CBD para a ansiedade, enquanto outros encontram mais alívio com o THC. Aparentemente, o CBD tem um índice terapêutico mais alto do que o THC, de modo que exagerar no CBD dificilmente causará ansiedade, ao passo que uma dose alta de THC pode causar esse efeito.
Melhor Dosagem: o processo de dosagem de produtos comestíveis não é simples nem preciso, mas otimizar a dose de vaporização geralmente é fácil. Muitos vaporizadores podem ser “carregados” com cartuchos já preparados, contendo uma medida específica de algum produto de cannabis medicinal. Assim, se um cartucho de vaporização pré-carregado com 300 miligramas de canabinoides acaba em 10 dias, por exemplo, você saberá que está consumindo, em média, 30 mg de canabinoides por dia.
Biodisponibilidade, Farmacologia e Outros: a biodisponibilidade da vaporização pode variar bastante, dependendo da profundidade e do tempo de inalação, entre outros fatores. Estudos indicam que as taxas de absorção por inalação oscilam entre 10% e 60%. Alguns dos fatores que podem afetar a taxa de absorção são a quantidade e o tipo de cannabis, a duração da vaporização e a temperatura usada na vaporização. Um importante estudo revelou que a administração mais eficiente ocorreu a 226°C.
Embora a vaporização em alta temperatura possa parecer melhor, as coisas não são tão simples assim. Muitos dos mais de 540 ingredientes da maconha são sensíveis ao calor. Os terpenos, por exemplo, começam a vaporizar a 125°C. Os canabinoides, por outro lado, têm uma temperatura de vaporização muito mais alta, em torno de 157°C ou mais.
Vaporizadores: Uma Única Forma de Administração, Várias Peças
Os vaporizadores modernos geralmente são dispositivos portáteis, em forma de caneta, com pequenas serpentinas internas. Elas aquecem a cannabis contida no vaporizador à temperatura certa para que o vapor produzido possa ser inalado pelo usuário.
Uma caneta vaporizadora de cannabis normalmente contém quatro peças:
- O atomizador: dispositivo de aquecimento que vaporiza a marijuana medicinal.
- O tanque: recipiente ou cartucho onde se coloca o óleo de cannabis ou, em alguns casos, as flores de maconha. Os tanques podem ser recarregáveis ou descartáveis.
- O bocal: pequena peça na extremidade da caneta vaporizadora pela qual o usuário inala o vapor.
- A bateria: uma bateria recarregável que fornece energia e calor à caneta vaporizadora.
A bateria: uma bateria recarregável que fornece energia e calor à caneta vaporizadora.
Existem vários tipos diferentes de vaporizadores disponíveis no mercado atualmente. Estes são os mais comuns:
Vaporizador de condução: os vaporizadores de condução foram o primeiro tipo a chegar ao mercado. Eles geralmente são mais baratos e mais fáceis de usar do que os outros, além de serem mais eficazes. A condução é um processo no qual o calor é transmitido diretamente de um elemento para o outro (neste caso, da serpentina para o óleo de cannabis medicinal).
Vaporizador refrigerado a água: também conhecido como “vaporizador de filtração líquida”, esse tipo de vaporizador é um dos mais novos do mercado, combinando a suavidade da vaporização com a filtragem adicional de um bong de água.
Vaporizador de óleo portátil: esses vaporizadores são chamados de “canetas vaporizadoras” devido ao seu tamanho e forma. Os vaporizadores de óleo portáteis costumam ser baratos, embora muitos deles contenham óleo de cannabis de alta qualidade, extraído com CO2. Lembre-se de que alguns vaporizadores podem usar cargas não testadas e não regulamentadas. Portanto, procure produtos com controle de qualidade. Como sempre, o teste de laboratório é importante.
Vaporizador de flores portátil: semelhante à opção acima, os vaporizadores de flores portáteis contêm uma câmara para a flor da maconha em vez de um recipiente para o óleo de cannabis derretido.
Vaporizador de mesa: muitos vaporizadores desta categoria são caros, embora geralmente tenham recursos extras, como controle preciso da temperatura. Os usuários que optarem por uma baixa temperatura descobrirão que os delicados sabores da planta de maconha são preservados, assim como seus efeitos farmacológicos, pois terpenos e canabinoides intactos trabalham juntos para fornecer o poderoso efeito entourage.
Potenciais Riscos à Saúde
De um modo geral, existe um consenso na comunidade científica sobre a segurança e eficácia da vaporização. No ano de 2008, em um estudo publicado no Jornal de Psicofarmacologia (The Journal of Psychopharmacology), a vaporização foi descrita como “um método adequado para a administração de THC”.
De qualquer maneira, o fato de a vaporização normalmente ser uma forma de administração segura não significa que tudo pode ser vaporizado. Muitos produtos de vaporização usam “agentes de corte” prejudiciais para aumentar sua viscosidade. Um agente de corte usado por alguns produtores é o polietileno glicol (PEG). Quando o PEG é superaquecido, ele pode produzir moléculas cancerígenas chamadas carbonilas. Uma das carbonilas mais conhecidas é o formaldeído.
Por mais prejudicial que seja a exposição em longo prazo ao PEG, a vaporização apresenta problemas ainda mais prementes. Em 2019, uma doença pulmonar misteriosa relacionada à vaporização começou a aparecer nos Estados Unidos. Centenas de pessoas foram hospitalizadas e pelo menos nove morreram da doença em todo o país. As autoridades de saúde ainda não encontraram a causa definitiva.
Alguns relatos apontaram outro agente diluidor, o acetato de vitamina E, como possível culpado. A maioria dos casos da misteriosa doença da vaporização envolveu produtos de THC, embora se acredite que eles sejam, em grande parte, produtos vendidos no mercado negro. Em todo caso, não havia acetato de vitamina E nos vaporizadores daqueles que adoeceram.
Enquanto a causa da doença misteriosa não for encontrada, as autoridades de saúde dos Estados Unidos recomendam que as pessoas não usem produtos de vaporização. Alguns Estados e cidades os proibiram completamente.
Vaporização com Segurança e Eficácia
Um dos segredos para a vaporização correta é cuidar bem de sua maconha. Evite vaporizar o mesmo produto de cannabis várias vezes e prefira temperaturas mais baixas. Alguns estudos mostram que o polietileno glicol se converte muito rapidamente em formaldeído a 215 °C.
Os pacientes que utilizam cannabis medicinal são incentivados a procurar uma cepa ou concentrado de sua escolha, desde que provenha de uma fonte confiável e tenha passado por testes de laboratório que garantam que o produto esteja livre de mofo, micotoxinas, aflatoxinas, metais pesados e solventes residuais.
Os clientes também devem estar cientes da potência de sua maconha. Esses números também devem ser disponibilizados através de testes de laboratório. Tenha cuidado com concentrados ultrafortes (acima de 80% de THC) e flor de cannabis ultraforte (acima de 25% de THC).
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