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A Cannabis Pode Ajudar no Tratamento da Psoríase?

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Visão Geral

A cannabis é uma alternativa popular a medicamentos comumente usados para combater doenças crônicas resistentes aos tratamentos tradicionais. Uma delas é a psoríase, um distúrbio inflamatório autoimune que afeta a pele.

Algumas pessoas relatam melhora nos sintomas da psoríase após o uso de óleo de CBD e outros preparados à base de cannabis, sobretudo os que são aplicados diretamente à pele. Isso pode ser resultado da interação entre os canabinoides derivados da cannabis e o sistema endocanabinoide do corpo (SE).

As pesquisas mostram que o SE desempenha um importante papel na saúde da pele e que sua disfunção pode contribuir para a psoríase. Não existem muitos estudos clínicos sobre o tratamento canábico da psoríase. Os que foram feitos, no entanto, foram considerados promissores.

Como a Cannabis Funciona no Caso da Psoríase

A cannabis contém compostos ativos chamados canabinoides, como o THC e o CBD. Os canabinoides influenciam no organismo interagindo com o SE, que é composto por endocanabinoides (canabinoides produzidos pelo corpo), receptores de canabinoides (principalmente CB1 e CB2) e enzimas especiais que sintetizam e decompõem os endocanabinoides.

O SE regula processos essenciais do corpo humano, como imunidade, inflamações, humor, dor, estresse, metabolismo, apetite e sono, a fim de manter um estado de equilíbrio interno chamado homeostase. Esse sistema está presente em todas as partes do organismo, incluindo a pele.

De acordo com as pesquisas, o sistema endocanabinoide desempenha um papel fundamental na saúde da pele, particularmente ao regular o crescimento celular e inflamações. Uma disfunção nesse sistema pode contribuir para o desenvolvimento de psoríase e outras doenças de pele.

Os pesquisadores descobriram que quem sofre de psoríase apresenta níveis elevados de endocanabinoides. Indivíduos com artrite psoriática, a qual afeta até 30% dos pacientes com psoríase, têm níveis mais altos de receptores canabinoides CB1, enquanto aqueles com psoríase regular parecem ter um número maior de receptores CB2.

Um estudo de biópsias de pele de pacientes com psoríase apontou que suas células diferem na expressão gênica endocanabinoide (o processo no qual as células lêem o DNA para criar proteínas) das células saudáveis. Os conhecidos efeitos reguladores do sistema endocanabinoide sobre o estresse, inflamações e funcionamento do sistema imunológico (processos básicos relacionados à psoríase) também sugerem que os medicamentos à base de canabinoides podem, de fato, amenizar os sintomas da doença.

Estudos Médicos Sobre Cannabis e Psoríase

Existem poucos estudos sobre o uso da cannabis e de canabinoides na psoríase, mas os que já foram realizados tiveram resultados promissores.

Mais notadamente, um estudo de 2019 realizado em humanos analisou os efeitos benéficos de uma pomada tópica com CBD em doenças crônicas da pele. Vinte pessoas (cinco com psoríase, cinco com dermatite atópica e dez com cicatrizes das duas condições) usaram a pomada diariamente por três meses, apresentando melhora significativa no índice PASI (do inglês Psoriasis Area Severity Index, uma medida da gravidade da psoríase), bem como em seus sintomas e marcadores de saúde da pele, incluindo elasticidade.

Um estudo de 2007 de células isoladas da pele humana revelou que o THC, o CBD e outros canabinoides reduziram a hiperproliferação (crescimento rápido) dos queratinócitos, células diferenciadas do tecido epitelial, a principal causa da psoríase.

Um estudo de 2016 mostrou que os compostos canabinoides diminuíram a inflamação da pele em camundongos com dermatite, reduzindo a ativação dos mastócitos, processo inflamatório que também ocorre na psoríase. Existem também estudos sobre o uso de canabinoides em outras doenças inflamatórias da pele, como dermatite atópica e acne. Em um estudo de 2013, os pesquisadores aplicaram THC na pele de camundongos com dermatite atópica alérgica, resultando em redução da inflamação.

De modo similar, um estudo de células da pele isoladas (realizado em 2014) revelou que o CBD reduz a inflamação e a proliferação celular, dois efeitos benéficos na psoríase.

Os estudos também sugerem que os canabinoides podem ajudar na coceira típica deste mal. Um ensaio clínico de 2002 mostrou que um medicamento à base de THC chamado dronabinol suprimiu a coceira causada por doença hepática.

A cannabis também ajuda a aliviar outros três possíveis sintomas psicológicos da psoríase: dor, depressão e ansiedade. Em uma revisão de 28 estudos clínicos (realizada em 2015), concluiu-se que existem evidências concretas para respaldar o uso de canabinoides no alívio da dor.

Também há evidências de que os dois principais componentes da maconha, o CBD e o THC, melhoram o humor e a ansiedade. Um estudo de 2011 revelou que o CBD aliviou a ansiedade de indivíduos com transtorno de ansiedade social (fobia social), enquanto um estudo de 2013 mostrou que o THC melhorou as medidas relacionadas ao humor em indivíduos saudáveis, sugerindo que ele pode ser útil nos casos de depressão.

Mais estudos em humanos são necessários para confirmar a eficácia da cannabis no tratamento da psoríase, mas as evidências atuais sugerem que ela pode ajudar com algumas de suas causas e sintomas.

Efeitos Colaterais

A cannabis pode ter efeitos colaterais, que variam de acordo com o tipo utilizado. Por exemplo, a cannabis comum, com alto teor de THC, pode causar problemas de memória e diminuição do tempo de reação, aumento da frequência cardíaca, olhos vermelhos, boca seca, sonolência e tontura, além de paranoia e ansiedade em algumas pessoas quando consumida em doses mais altas.

Por ouro lado, preparados de cannabis com alto teor de CBD, como o óleo de CBD, não contêm THC suficiente para provocar intoxicação, apresentando efeitos colaterais mais leves, como diarreia, queda da pressão arterial (hipotensão), boca seca, tontura, sonolência e alterações no apetite. De qualquer maneira, esses efeitos só foram relatados em estudos com altas doses de CBD (300 mg ou mais).

Esses sintomas ocorrem somente nos casos em que os canabinoides chegam à corrente sanguínea, como na inalação, ingestão ou administração sublingual. O uso tópico de canabinoides, ou seja, a aplicação de creme ou pomada sobre a pele, não produz esses efeitos, porque os canabinoides não chegam à corrente sanguínea.

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